Audiência pública discute abatedouros clandestinos e roubo de animais

25 de novembro de 2008 - 03:00

Uma audiência pública realizada, nesta segunda-feira (17/11), discutiu os problemas enfrentados pelos criadores quanto ao roubo de animais e o conseqüente abate clandestino. Estiveram presentes no evento, entre outras autoridades, o Deputado Lula Morais (PcdoB), o secretário de Saúde, João Ananias, o presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará, José Ramos Torres
de Melo, o secretário Adjunto de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), José Nival Freire da Silva, o presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Ceará (Adagri), Edílson de Castro, o presidente da Associação dos Prefeitos do Ceará, Francisco Carlos Macedo, e o presidente da Associação de Criadores, Flávio Saboya.

Segundo o secretário de Saúde, há no Ceará 150 matadouros públicos e 14 privados, mas 64% deles não possui registro e 75% não realizam qualquer tipo de controle de pragas e vetores. O secretário mostrou-se preocupado com a situação e disse ser necessária uma ação conjunta entre a Saúde e a Adagri na fiscalização da origem e do comércio de produtos de origem animal. Ele propôs a formação de um grupo de trabalho para discutir a sanidade e a legislação da área.

Edílson de Castro, Presidente da Adagri, revelou que Serviço de Inspeção Estadual (SIE) contabiliza apenas 17 abatedouros e 35 laticínios registrados. O responsável pelo SIE, Weaver Braga, esclareceu que a lei não permite a fiscalização de abate clandestino, mas o Estado deve coibir a prática.

Representantes de sindicatos rurais afirmaram que tanto nos casos de abate clandestino como nos furtos, a população não denuncia por medo e por não acreditar no andamento do inquérito policial. Muitos foram os relatos de criadores que registraram boletim de ocorrência e não foram procurados pela polícia, inclusive o Presidente da Associação de Criadores. “O medo leva à impunidade e ao prejuízo do produtor”, afirmou Saboya.

O Secretário Adjunto da (SSPDS) propôs a criação de um disque-denúncia para esse tipo de caso. Nival Freire disse que os ladrões de gado são pessoas de alta periculosidade e que a ampliação do número de delegacias no Estado, além da interiorização do Ronda do Quarteirão melhorarão a questão da segurança no interior. “Não podemos deixar que essa situação perdure no campo”.

 

 

Valdenia Miranda
Assessora de Comunicação da SDA