Raiva dos Herbívoros

18 de junho de 2012 - 14:02

A raiva dos herbívoros é responsável por enormes prejuízos econômicos diretos. Na América Latina, o prejuízo é da ordem de 30 milhões de dólares/ano, sendo que no Brasil este valor se aproxima de 15 milhões de dólares, com a morte de cerca de 40.000 cabeças bovinas. Os prejuízos indiretos, no Brasil, estão calculados em 22,5 milhões de dólares.
Ressalta-se que esta situação ocorre na América Latina em função da presença do morcego hematófago Desmodus rotundus apenas na faixa compreendida entre o México e a região central da Argentina, sendo esta espécie de quiróptero a mais importante na transmissão na raiva dos herbívoros.
Sintomas da raiva em herbívoros
O período de incubação é variável, porém o mais comum é entre 25 e 90 dias. Depende da susceptibilidade do animal, do estado imunitário, da idade, do local da mordedura e da quantidade de vírus inoculado.
Sintomas em bovinos
A forma mais freqüente em bovinos é a paralítica. Os sintomas iniciais são: isolamento do animal, tristeza, hiperexcitabilidade. A seguir, surgem sintomas que sugerem engasgo, hipersalivação, tremores musculares, paralisia dos membros posteriores, os animais caem e apresentam movimentos de pedalagem; a morte ocorre entre 3 e 5 dias do início dos sintomas.
Sintomas em eqüideos
Prurido intenso no local de penetração do vírus, intranqüilidade, apetite depravado, retroversão patológica dos lábios, andar cambaleante e incoordenação motora.
Medidas de Controle
Para o adequado controle da raiva dos herbívoros, três medidas devem ser adotadas sistematicamente: vacinação, controle populacional do morcego hematófago e atendimento de foco.
Vacinação
O vírus da raiva é um vírus que possui RNA, pertencente à família Rhabdoviridae, gênero Lyssavirus.O animal deve estar hígido, no momento da vacinação, para que outros processos metabólicos e patológicos não interfiram na resposta imunológica. Os cuidados de vacinação devem ser adequados quanto à via de aplicação, dose, tipo de vacina e, principalmente, conservação do produto, tanto no momento da vacinação
como desde a sua produção.
Controle da população de morcegos hematófagos
As condições de meio ambiente existentes no Brasil vêm favorecendo o aumento da população de morcegos hematófagos. Considerando a circulação do vírus da raiva entre as populações de quirópteros (ciclo aéreo da raiva), e a importância do morcego hematófago na epidemiologia desta doença nos herbívoros, medidas criteriosas e efetivas de controle devem ser seguidas. Atualmente, a medida oficial de controle adotada baseia-se no uso da pasta vampiricida (à base de substâncias anticoagulantes), seja nos morcegos hematófagos ou nas mordeduras nos animais agredidos.

 

Atendimento de focos

Quando da comunicação de um caso suspeito de raiva em herbívoros, deve ser feita uma visita à propriedade e entrevistas com as pessoas ali residentes e/ou presentes, para que se conheçam pormenores da ocorrência da raiva. Deve ser feita também a avaliação da sintomatologia dos animais suspeitos e exames clínicos de todos os animais do rebanho que estejam apresentando sintomas. A colheita de material para exame laboratorial também é indispensável. Somente exame laboratorial pode confirmar ou descartar o diagnóstico clínico.