Adagri planeja estudo de prevalência da Brucelose e Tuberculose no Ceará

22 de julho de 2016 - 03:00

A Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Ceará, Adagri, está trabalhando no planejamento de estudo para estimar a prevalência da Brucelose e Tuberculose no Estado do Ceará. Esse estudo servirá de suporte para o aprimoramento das ações de vigilância, dentro do Programa Estadual de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose – PECEBT, executado pela Adagri, com a coordenação do fiscal estadual Agropecuário, Jarier de Oliveira Moreno.

Para aprofundar o tema, uma equipe técnica da Adagri, que atua na área de Defesa Sanitária Animal, participou na última semana de reunião na Superintendência Federal de Agricultura (SFA-CE), a fim de discutir planejamento para a realização do Estudo Epidemiológico. De acordo com coordenador do PECEBT, o grupo assistiu a explanação do médico veterinário e professor da Universidade de São Paulo, USP, José Soares Ferreira Neto, sobre os resultados de estudos já realizados em outros estados, bem como, o delineamento experimental necessário para a sua execução. Jarier informou ainda, que a Coordenação do PECEBT, presidência, gerências e diretoria Animal da Adagri já estão trabalhando no Plano de Trabalho para a operacionalização do estudo. “Em breve, o professor José Soares retornará ao Ceará para capacitar nossas equipes de campo em relação aos procedimentos necessários para a realização desse estudo”, adiantou o coordenador.

Participaram da reunião na SFA-CE, o chefe da Divisão de Defesa Agropecuária, Caio Breno Moreira; a responsável pelo Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose no Estado do Ceará – PNCEBT, Ana Paula Morano; o presidente da Adagri, Francisco Augusto Júnior; o diretor de Sanidade Animal da Adagri, José Amorim Sobreira; o gerente de Auditoria de propriedades Rurais, Joaquim Sampaio Barros; a gerente de Emergências, Avatar Martins Loureiro; a gerente de Auditoria da Agroindústria e Inspeção de Insumos e Serviços, Adrianne Paixão; a fiscal estadual agropecuária, Ana Gláucia Carneiro e o assessor técnico e coordenador do Programa Estadual de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose – PECEBT, Jarier de Oliveira.

Saiba Mais

A Brucelose, causada pela Brucella abortus, e a Tuberculose, causada pelo Mycobacterium bovis, estão disseminadas por todo o território nacional. Sabe-se que a Brucelose atinge tanto o gado de corte quanto o gado de leite, enquanto que a Tuberculose é um problema mais sério para os produtores de leite. Ambas as enfermidades afetam também a população de bubalinos.

Nos anos de 2001 a 2004, foi realizado estudo de caracterização epidemiológica da Brucelose nos estados da Bahia, Santa Catarina, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, São Paulo, Sergipe, Tocantins e no Distrito Federal. No estado do Mato Grosso os trabalhos de campo já haviam sido realizados em 1998. Os resultados do estudo foram publicados no final de 2009 e mostraram que a doença está distribuída em todo o território nacional. As prevalências são mais baixas nos Estados da Região Sul e mais altas no Centro-Oeste, variando de 0,06 a 10,2%.

Quanto à tuberculose bovina, os dados de notificações oficiais indicam prevalência média nacional de 1,3% de animais infectados, no período de 1989 a 1998. Levantamento realizado em 1999, no Triângulo Mineiro e nas regiões do centro e sul de Minas Gerais, envolvendo aproximadamente 1.600 propriedades e 23.000 animais, estimou a prevalência aparente de animais infectados em 0,8%. No mesmo estudo foram detectadas 5% propriedades com animais reagentes, sendo importante destacar que este valor subiu a 15% no universo de propriedades produtoras de leite com algum grau de mecanização da ordenha e de tecnificação da produção. Outro estudo sobre a tuberculose bovina foi realizado em 2004, no Distrito Federal, com o objetivo de determinar a prevalência da doença e das características produtivas do rebanho bovino na região. O Distrito Federal possui um rebanho bovino de cerca de 120.000 cabeças das quais foram amostradas 2.019 em 278 propriedades, observando-se uma prevalência de 0,419% de propriedades positivas e 0,0305% de bovinos positivo.